O TEMPO É PRESENTE. Inventar o Comum é o título escolhido para a 4.ª edição da Porto Design Biennale e convida a uma mudança na nossa perspetiva diária: em vez de abordar criticamente a ansiedade da temporalidade moderna, sugere-nos que consideremos o potencial do tempo qualitativo. O presente não é visto como uma crise a superar, mas sim como uma oferta repleta de possibilidades coletivas à espera de serem ativadas. Esta perspetiva habita plenamente o agora, em vez de se projetar em futuros especulativos.

Considerando o tempo como um recurso partilhado e o design como uma prática política, a 4.ª edição da Porto Design Biennale intervém na temporalidade típica destes eventos, alterando a sua estrutura e formatos. Aplicando uma lógica afetiva e tentacular, a Biennale é um processo vivo que produz ativamente novas relações sociais, formas de organização e modos de colaboração.

Ativando intervenções entre as cidades do Porto e Matosinhos, O TEMPO É PRESENTE consolida uma oferta permanente e participada para os cidadãos. Chamamos a estas intervenções Happisodes porque têm uma função generativa e desejamos que todas representem alegria, esperança e cuidado coletivo na construção do Comum. As intervenções de design que estruturam o espaço de forma diferente reestruturam inevitavelmente o tempo de forma diferente.

Na Casa do Design, a exposição principal O TEMPO É PRESENTE. Inventar o Comum dá voz a mais de 60 autores, parcialmente selecionados por Open Call. Organizada de acordo com o factor comum mais participativo — as nossas emoções —, a exposição revela a forma como os designers priorizam coletivamente as dimensões relacionais, colaborativas e qualitativas da experiência partilhada em detrimento da lógica extrativa do capitalismo contemporâneo.

Esta abordagem afetiva estende-se também aos formatos editoriais, como se pode ver no catálogo da exposição e em Paralaxes: Histórias do Comum, uma coleção de textos que procura revelar possibilidades de resistência e alegria.